Não, eu não vou fazer uma análise da série da Netflix. Você já deve ter lido várias análises e vários comentários sobre a série e eu não quero falar aqui o que você já leu por aí, mas recomendo você assistir, caso não tenha assistido.
A adolescência é de fato, uma fase bem complicada na vida de qualquer ser humano. Muitas descobertas, muitos hormônios se manifestando, a necessidade de pertencimento, as dúvidas quanto a quem somos e o que queremos ser, mudanças físicas e as emoções à flor da pele sem saber como lidar com elas. Que fase!
Pais e educadores, muitas vezes, enfrentam dificuldades de entender e de ajudar os adolescentes a atravessarem essa fase.
Muitos deles se isolam em seus quartos e mergulham em seus mundos, preferindo ficar isolados a ter que interagir com seus familiares. Muitos nem se sentem parte da família mais, pois acham que ninguém os compreende. Considero essa situação e essa relação estabelecida em muitos lares, bastante perigosa.
Um alerta que a série “Adolescência” nos deu, foi a da falsa ideia de que se o adolescente está em casa, em seu quarto, ele está seguro. A interação com o mundo virtual através das redes sociais dentro da própria casa é um perigo não apenas para a saúde, por ficar horas na frente de uma tela, mas muitas vezes um risco à vida.
Essa é a realidade de muitos adolescentes no mundo todo e algo deve ser feito a respeito. Como estamos educando esses adolescentes? Qual é a nossa contribuição nisso tudo? Com certeza, nós pais temos nossa parcela de culpa, mas nos sentir culpados não ajudará. Precisamos rever a nossa relação com eles, tentar nos conectar com os interesses deles nessa fase, voltar a termos tempo de mesa em alguma das refeições do dia e conversar, ouvir e tentar não criticar tudo. Essa parte é, talvez, a mais difícil. Vamos ouví-los. Quem sabe não é exatamente isso que eles estão precisando?
Por: Thaís Massa
